I Seminário Vocacional Nacional é concluído como sinal de esperança no processo da animação vocacional

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Na manhã deste domingo, 21 de maio, Dom Ângelo Mezzari, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e presidente da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada (CMOVC), presidiu a Eucaristia na Solenidade da Ascensão do Senhor, encerrando as atividades do I Seminário Vocacional Nacional. A celebração aconteceu na igreja do Mosteiro de Itaici em Indaiatuba (SP), onde cerca de 160 pessoas estiveram reunidas desde a última sexta-feira a fim de estudar, debater e refletir a animação vocacional no Brasil. A Santa Missa foi concelebrada pelo Monsenhor Juarez Destro, bispo auxiliar eleito para a Arquidiocese de Porto Alegre (RS), e pelos demais sacerdotes presentes no Seminário. 

Em sua homilia, o bispo deu um olhar vocacional à Ascensão do Senhor, celebrada hoje por toda a Igreja, dizendo que a subida de Jesus aos céus não deve representar um “abandono” do Senhor, mas sim um verdadeiro envio à missão para todos nós: “O Espírito do Senhor está conosco e nos fortalece na missão”, diz. As palavras de Dom Mezzari aos leigos, sacerdotes, religiosos e consagrados presentes foram de encorajamento e força, impulsionando-os a exultar de alegria por suas vocações e pelo Seminário que se encerra, conforme diz o prefácio desta solenidade. “A Ascensão do Senhor nos faz vibrar de alegria e fervorosa ação de graças”, completa.

O I Seminário Vocacional Nacional 

Encerrando-se hoje, o I Seminário Vocacional Nacional que aconteceu em Itaici meditou o tema do 3º Ano Vocacional do Brasil: “Vocação: graça e missão”, sob o lema: “Corações ardentes, pés a caminho”. Por três dias, os participantes puderam acompanhar colóquios e reflexões, e a partir de grupos de trabalho, debater as diferentes realidades da animação vocacional do Brasil. O ambiente de oração, proporcionado pelo mosteiro jesuíta onde o Seminário aconteceu, colaborou para as reflexões acerca do tema, sob a luz da palavra de Deus e da vida em comunidade. 

Na sexta-feira, 19 de maio, os participantes vindos de diversos estados do país foram recebidos no Mosteiro de Itaici, e após o jantar, se uniram para a oração inicial. Após um momento de reflexão e oração, os integrantes caminharam em procissão até o teatro, onde foram apresentados de acordo com sua região de origem. Irmã Clotilde Prates, Membro do Instituto de Pastoral Vocacional (IPV), abriu o Seminário com o colóquio: “Problematização da realidade”, debatendo a situação da animação vocacional e seu cenário no país.

Iniciando o segundo dia de Seminário, o bispo da diocese de Novo Hamburgo (RS) e coordenador geral do Seminário Vocacional Nacional, Dom João Francisco Salm, presidiu na manhã do sábado, 20 de maio, a Celebração Eucarística. Segundo o bispo, o chamado vocacional é direcionado aos corações de todos os fiéis, mas advertiu que a vida cristã vocacionada não deve ser vivida na individualidade, mas no serviço à comunidade, doando sua vida pela missão que assumiu: “Nós, cristãos, somos chamados a dar a vida. Quem não quer dar a vida, não é cristão”, ressaltou. 

Seminário debateu a vocação sob o olhar teológico/antropológico

Após a Missa, os integrantes participaram de um momento de descontração durante o café da manhã, onde puderam conversar sobre as suas primeiras impressões do Seminário. Em seguida, o padre Valdecir Ferreira, presbítero da Diocese de Apucarana (PR) e membro do Instituto de Pastoral Vocacional, conduziu o 2ª colóquio do evento, discutindo a antropologia da vocação sob o olhar teológico. “A vocação é um processo, ou seja, mistério que Deus trás para nossa vida”, disse. Ainda segundo ele, a vocação de cada indivíduo, seja ela qual for, deve levar a uma relação com os irmãos. “A teologia aponta a pessoa como um ser de relações”, completa.

Para instigar ainda mais os participantes a debaterem e questionarem as diversas realidades da animação vocacional no Brasil, uma mesa redonda foi realizada, com a presença de irmã Clotilde Azevedo, membro do IPV, do padre Valdecir Ferreira e do leigo Carlos Eduardo. Monsenhor Juarez Destro foi quem moderou o debate. Nele, os presentes apresentaram suas questões quanto à animação vocacional nas diferentes regiões do país, como por exemplo aquela direcionada aos povos indígenas e quilombolas.

À tarde, participantes foram agrupados em equipes de trabalho, onde tiveram a oportunidade de aprofundar ainda mais suas discussões e vivencias pessoais, com relação a diferentes aspectos da animação vocacional. O trabalho do dia culminou em um momento oracional mariano, que teve como horizonte a figura de Maria, aquela que é modelo de chamado, em agradecimento à vocação de cada indivíduo presente no Seminário. Uma noite cultural agitou os participantes após o jantar, com apresentações culturais musicais, de danças e teatro.

Carta à igreja do Brasil é apresentada ao término do Seminário

Neste 57º Dia Mundial das Comunicações Sociais, a Santa Missa da Ascensão encerrou solenemente este I Seminário Vocacional Nacional na manhã de domingo, 21 de maio. Ao final da celebração, que foi presidida por Dom Ângelo Mezzari, os organizadores do Seminário apresentaram o rascunho de uma carta aberta, que será direcionada às paróquias e dioceses do país. A carta foi laborada a partir das discussões que o Seminário se propôs a levantar e refletir, buscando novos meios para uma animação vocacional mais humana e solidária. O encerramento do Seminário se deu após a Missa, com agradecimentos às diferentes equipes de trabalho. Sob a benção de monsenhor Juarez Destro, todos os participantes partiram para suas dioceses e comunidades, com a esperança renovada e certos de que a animação vocacional no Brasil ganha novos rumos. 

Texto e fotos: Luiz Oliveira
Edição: Lindolfo Souza

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