INSTITUCIONAL
Ordem das Virgens
Desde o Antigo Testamento, a virgindade carregava o tom de virtude feminina (Eclo 9,2; 42,10); com o profeta Oséias, entra a metáfora esponsal, ressalta-se a gratuidade total da eleição e a incansável fidelidade de Deus à aliança (Os 1-2). No Novo Testamento, o celibato assume um caráter cristocêntrico na pessoa de Maria Santíssima, expressão esponsal da aliança com Deus. Maria é a primeira, como modelo para todas as virgens. São Paulo aconselhava (1Cor 7,25) a virgindade e apresenta-a como um chamado pessoal de Deus, um carisma (1Cor 7,7) para uma maior dedicação ao Senhor (1Cor 7,32-35) com a meta final e antecipação do estado de ressurreição (1Cor 7,29.31). Em Apocalipse, a virgindade aparece como sinal de reconhecimento da pertença à Cidade Celeste, a esposa do Cordeiro (Ap 21, 2.9). Desta forma, nos primeiros séculos da vida da Igreja, surgem as Virgens Consagradas. O Ordo Virginum, explicitamente como esposas de Cristo, não tem outro fundador ou fundadora se não a própria Igreja. Por isso, o seu único superior, em cada Diocese, é o Bispo Diocesano, não existindo nenhuma autoridade intermediária entre ele e elas. No século I, temos o primeiro registro com Santa Petronila (98 d.C). Sabe-se que nos séculos III e IV, eram numerosas: citamos Águeda, Luzia, Inês, Cecília, Tecla e outras. O ritual de consagração já no século IV aparece oficialmente organizado, o que indica que já era feito antes, pois não surgiria de forma imediata. Temos testemunhos dos escritos dos Santos Padres sobre as virgens consagradas, como Clemente Romano (35-99 d.C).
O Ordo Virginum constitui uma forma de Vida Consagrada (cf. cân. 604). Não são leigas consagradas (cf. cân. 588). O Concílio Vaticano II revitalizou o interesse pelo rito litúrgico do consecratio virginum e do Ordo Virginum. O Rito foi submetido a uma revisão e, em 31 de maio de 1970, foi promulgado o novo Ordo consecrationis virginum. Desta forma, a Cúria Romana, mediante a Constituição Pastor Bonus, insere o Ordo Virginum no âmbito da competência da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. Também o Catecismo (n.922-924) e a exortação Vita Consecrata (n.7 e 42) dizem que o lugar di Ordo Virginum é entre os consagrados.
Em 2018, foi publicada, pelo atual Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, a Instrução sobre o Ordo Virginum ECCLESIAE SPONSAE IMAGO, que “estabelece os princípios normativos e os critérios orientadores que os Pastores deverão aplicar no cuidado pastoral do Ordo Virginum” (ESI, n. 10). Essa Instrução a CNBB publicou na série “Documentos da Igreja, n. 50”.
No Brasil, o Ordo Virginum está presente em dioceses localizadas nas cinco regiões. As primeiras consagrações ocorreram em 1971, 1972 e 1973. A primeira consagrada, que temos registro, foi Ivone Leite de Faria (*28/02/1924 – +10/03/2007), em 21/11/1971, na Arquidiocese de Aracaju, por Dom Clemente José Carlos de Gouvea Inard, OSB. A terceira consagrada (31/05/1972) é Maria Angela Borsoi, está com 84 anos e realiza trabalho voluntário no arquivo da Arquidiocese de São Paulo. Foi secretária do Cardeal Paulo Evaristo Arns por 40 anos (1967 – 2007). No Brasil, até dezembro de 2023, estima-se que somos 206 consagradas vivas e que ocorreram 323 consagrações desde a renovação do Rito (Ordo consecrationis virginum, documento promulgado em 31 de maio de 1970, pela então Congregação para o Culto Divino).
Missão
O essencial do Ordo Virginum (Ordem das Virgens) desde os primeiros séculos é ser imagem que representa a Igreja esposa de Cristo. Esta é sua única e verdadeira missão no desempenho desta obra em seu todo. Por isso, ele ora pela sua Igreja Particular, engaja-se nas ações pastorais, obras de misericórdia e outros serviços que porventura venham a ser atribuídos pelo Bispo. A dedicação da virgem consagrada à Igreja “manifesta-se na ‘missão de iluminar, abençoar, vivificar, levantar, curar, libertar’, (ESI n.39) na paixão pelo anúncio do Evangelho, pela edificação da comunidade cristã e pelo seu testemunho profético de comunhão fraterna, de amizade oferecida a todos, de proximidade cuidadosa para com as necessidades espirituais e materiais dos homens, de empenho em trabalhar pelo bem comum da sociedade”. As virgens consagradas são seculares enquanto vivem no mundo, exercendo sua profissão. Porém, essa secularidade não é um elemento de essencialidade (como é para os institutos de vida secular). Trata-se de uma condição para testemunhar no mundo o sentido da virgindade consagrada (cânon 604).
Identidade
Visual
BISPO REFERENCIAL
DOM ÂNGELO ADEMIR MEZZARI
Nascido em Sanga do Engenho, município de Nova Veneza, atualmente Forquilhinha (SC), em 2 de abril de 1957, dom Ângelo ingressou no Seminário Rogacionista Pio XII, em Criciúma (SC), em fevereiro de 1969, onde completou Ensino Fundamental e Médio. Em 1976, fez um ano obrigatório de serviço militar em Tubarão (SC) e Joinville (SC). Fez […]