De segunda-feira, 19, até ontem, 20, a sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) recebe os membros da Comissão Especial para os Bispos Eméritos. Esta é a primeira reunião realizada na sede da CNBB, em Brasília (DF), após a pandemia e também a primeira desde que a Comissão passou por uma reformulação em seus membros, em 2023. Agora, fazem parte dela oito bispos de várias regiões do país.
Dom Francisco Biasin, bispo emérito de Barra do Piraí – Volta Redonda (RJ), continua sendo o presidente da Comissão. Ele definiu o encontro como “bonito e rico em amizade” e que traz a oportunidade de reencontro e “de colocar em conta nossas experiências e, sobretudo, de nos programar para os próximos anos”.
Na pauta, dom Biasin comenta que o grupo trabalha no desenvolvimento de um guia sobre os bispos eméritos. “Gostaríamos de dar um rosto a esta Comissão e também ajudar os bispos titulares a cuidar dos bispos eméritos ou dentro da diocese onde eles escolherem viver, sobretudo para que eles se sintam acolhidos”, explica o bispo emérito.
Outro assunto tratado é a retomada do encontro dos bispos eméritos que acontece a cada dois anos, no qual os bispos tem a oportunidade de tratar sobre assuntos específicos, a exemplo da situação dos eméritos na igreja e também sobre as dificuldades de saúde e os enfrentamentos das limitações da própria idade.
“Eu sempre costumo dizer que este momento é um dos mais felizes da nossa vida, porque podemos nos doar de acordo com as nossas possibilidades e ao mesmo tempo é a preparação para o grande encontro, que não é o fim de tudo, é o recomeço”, diz dom Biasin.
Por fim, a Comissão também discute nesses dos dias de reunião a estruturação da Comissão para suprir algumas dificuldades que podem surgir nas dioceses, sobretudo as que dizem respeito às despesas com os bispos eméritos. “Com o fundo de solidariedade entre nós podemos expressar também desta maneira a nossa fraternidade”, concluiu dom Biasin.
Dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho, arcebispo emérito da arquidiocese de Teresina, no Piauí, é membro da Comissão desde 2023. Ele pontua que, como bispo emérito, trabalho é o que não lhe falta. “E nem eu gostaria de ficar parado quando vejo tantos leigos atuando na igreja, casais que passam a semana inteira trabalhando e no fim de semana estão aí à serviço da pastoral e tantos irmãos bispos, padres e diáconos trabalhando de maneira esforçada e dedicada. Não seria normal a gente ficar tendo a saúde ainda relativamente boa parado”, disse.
“De fato o bispo emérito deixa apenas e graças a Deus a administração. O resto todo fica para a gente fazer até o dia que Deus for servido”, finaliza dom Jacinto.
Membros da Comissão
Dom Francisco Biasin (bispo emérito de Barra do Piraí-Volta Redonda – RJ) – presidente;
Dom Vicente Costa (bispo emérito de Jundiaí – SP);
Dom Paulo Antônio de Conto (bispo emérito de Montenegro – RS);
Dom José Belisário da Silva (bispo emérito de São Luís do Maranhão – MA);
Dom Manoel João Francisco (bispo emérito de Cornélio Procópio – PR);
Dom Jaime Vieira Rocha (arcebispo emérito de Natal – RN);
Dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho (arcebispo emérito de Teresina – PI);
Dom Murilo Sebastião Krieger (arcebispo emérito de Salvador – BA).
Padre Guilherme Maia Júnior (diocese de Coxim – MS) – secretário da Comissão
A Comissão
A Comissão foi criada pela presidência da CNBB em 2012, com o objetivo de acompanhar os bispos eméritos. Atualmente, a Igreja no Brasil conta com 171 bispos eméritos, e cabe à esta comissão ser o elo de comunicação entre eles e a CNBB. De acordo com o código de Direito Canônico recebe o nome de “emérito” aquele bispo que “perder o ofício por limite de idade ou por renúncia aceite”. A Igreja estabelece a idade de 75 anos para a apresentação do pedido de renúncia ao Papa.
Fonte: CNBB