Na vigília da Solenidade de Cristo Rei, 19 de novembro, o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, abriu no Santuário do Cristo Redentor, no Corcovado, o 3º Ano Vocacional da Igreja no Brasil, que tem como tema “Vocação: graça e missão” e o lema: “Corações ardentes, pés a caminho” (Lc 24, 32-33).
“Estamos iniciando o Ano Vocacional em nossa arquidiocese. Vocação é graça, pois é o Senhor quem caminha conosco e faz arder nossos corações para a missão. Que Ele fecunde nossos corações para que possamos dar passos, colocar-nos a caminho, e viver com entusiasmo o chamado, a vida cristã em todas as vocações”, disse o arcebispo na acolhida.
A celebração, organizada pelo reitor do Seminário Propedêutico Rainha dos Apóstolos, padre Adriano de Abreu Figueira, contou com cerca de cem vocacionados dos nove vicariatos da arquidiocese, que são acompanhados pelo Grupo de Vocações Adultas (GVA). Todos os presentes foram acolhidos pelo reitor do Santuário Cristo Redentor, padre Omar Raposo.
Estavam presentes os bispos auxiliares Dom Roque Costa Souza, animador dos seminários, e Dom Célio da Silveira Calixto Filho. Entre os formadores e promotores vocacionais, estavam os padres André Luiz Oliveira dos Santos, Paulo Diego Braga da Silva, Felipe de Souza Pertence, Diogo Rodrigues Oliveira, José Milton da Conceição Gomes Cardoso, Leonardo da Silva Machado e Allexsandro Martins Valente.
Vocação missionária
Na homilia, Dom Orani lembrou que Cristo Rei, cuja solenidade estava sendo celebrada, deve iluminar todo o trabalho que será realizado durante do Ano Vocacional.
“Para que o Senhor reine nos corações, supõe que cada um viva com alegria a sua vocação, de tal maneira que perceba que é um dom, uma graça. Não merecemos, mas o Senhor é que nos chama para ser cristãos, e como batizados, a dar passos na vida cristã dentro dos vários tipos de vocações. É o Senhor quem chama, e coloca no coração a inquietação de servir ao Reino de Deus. Cada um é chamado para discernir a entrega da vida ao Senhor”, disse.
Junto com o Ano Vocacional da Igreja no Brasil, Dom Orani lembrou que a Arquidiocese do Rio de Janeiro também estará vivendo o Ano Missionário, contemplado pelo Plano de Pastoral de Conjunto em vigor há quatro anos.
“Precisamos ser missionários. Sem dúvida, nossa vocação é missionária. Quando o Senhor fala ao nosso coração ele arde, e somos impulsionados a colocar-nos a caminho e anunciá-lo aos irmãos. Todas as vocações são chamadas a isso, de maneira especial a do ministério ordenado. A vida missionária é essencial à Igreja. Ou somos missionários, ou não somos Igreja. Somos missionários para testemunhar em quem cremos, que Jesus Cristo é a razão de nossa vida”, afirmou o arcebispo.
Dom Orani observou ainda a necessidade de anunciar que “Jesus Cristo é a luz de que o mundo tanto necessita”. Ele disse que, para o mundo ser mais justo e humano, supõe que “cada batizado possa buscar e encontrar-se com Jesus Cristo e sentir-se feliz e alegre de estar na sua presença”.
Entre as várias vocações na Igreja, evidenciou o arcebispo, o ministério ordenado é uma vocação que requer discernimento e uma opção de dizer ‘sim’ ao chamado do Senhor.
Os que são chamados ao ministério ordenado devem servir à comunidade, o povo de Deus. Devem servir com generosidade e com alegria dentro da caminhada da Igreja. Deus não falta para aqueles que são chamados a responder seu ‘sim’. Somos herdeiros de uma bela caminhada, mesmo com dificuldades, mas recebemos a herança de levar a missão adiante. Que neste Ano Vocacional e Missionário possam florescer muitas vocações em nossa arquidiocese, e que todos os chamados possam, com os corações ardentes, colocar os pés a caminho”, concluiu o arcebispo.
Contagiar com o testemunho
Na sua mensagem, o bispo animador dos seminários, Dom Roque Costa Souza, manifestou sua alegria por ver os jovens vocacionados de “corações ardentes a caminho”.
Disse que o “discernimento vocacional se faz em comunidade junto com os promotores vocacionais, em cada vicariato, depois com a missão especifica do GVA”. Lembrou ainda que cada um dos vocacionados tem a “responsabilidade de ser missionário da vocação, encantar e contagiar os outros com o testemunho”.
Vocação é um chamado
Dom Célio Calixto, na sua mensagem, prosseguiu dizendo que Jesus chama aqueles que Ele quer. “A vocação brota do amor ao Senhor. Vocação é um chamado de amor para se realizar como pessoa. Esse chamado também comporta dificuldades, a cruz. Cristo Rei governa crucificado e a cruz faz parte da missão. O chamado de amor sustenta a nossa caminhada”, disse. “Que neste ano posamos refletir e perceber para qual caminho o Senhor está nos chamando”, concluiu Dom Célio Calixto.
Resposta generosa
Na sua mensagem, o reitor do Santuário Cristo Redentor, padre Omar Raposo, contou sua alegria por ver jovens vocacionados que já são lideranças em suas paróquias.
“Vocês, jovens vocacionados, alegram o coração de nosso pastor, Dom Orani. Vocação é sinal de recorrência, de intimidade com Deus, e ao mesmo tempo, de força para o trabalho, a continuidade de nossa Igreja”, disse. Padre Omar evidenciou que Dom Orani chegou ao Santuário Cristo Redentor com um sorriso imenso: “Tenho certeza de que o coração dele se alegra por cada um de vocês”.
A Igreja, continuou padre Omar, é “um lugar maravilhoso para desenvolver os dons que Deus nos deu. Por isso, “façam o discernimento de olhos fitos em Jesus, o Redentor, ocupando-se com oração, trabalho, obediência, família e amizade com o pároco. O caminho vocacional vai exigir seriedade em tudo isso”, prosseguiu.
“Dom Orani é o grande pai e líder que nós temos nesta arquidiocese”, disse padre Omar, destacando que o arcebispo a todos “acolhe, conversa, conhece, educa e disciplina”. “Devemos agradecer a Deus – continuou padre Omar –, por ter Dom Orani como pastor à frente da Igreja no Rio de Janeiro, por ter São Sebastião como nosso padroeiro, e bispos e padres competentes”. Padre Omar concluiu sua mensagem incentivando a todos: “Deus nos ama e espera de cada vocacionado um ‘sim’ generoso”.
Testemunhos
Após a missa, houve mais testemunhos por parte dos padres formadores e promotores vocacionados. Também houve o lançamento do Instagram oficial do Grupo de Vocações Adultas (GVA): gva.arqrio.
Discípulos missionários
Na conclusão, antes da bênção, Dom Orani disse: “Sempre quando venho ao Corcovado, aos pés do Redentor, fico imaginando que debaixo de cada teto tem muitas pessoas e, hoje, ainda mais com os prédios. Há necessidade de missionários próximos a estas pessoas para falar de esperança, confiança e de fé. Também para acolher e curar as dores das pessoas. Precisamos nos multiplicar, não só com a presença de padres, mas de consagrados e de agentes pastorais, discípulos missionários, presentes nos vários tipos de trabalhos que fazem parte da nossa missão”.
Carlos Moioli