Em um discurso inspirador durante a Romaria dos Animadores Vocacionais, Dom Angelo Mezzari, presidente da CMOVIC, definiu a missão central dos agentes vocacionais: “Nossa missão como animadores vocacionais é fazer com que todos tenham um encontro pessoal com Cristo e aí encontrem sua vocação, seu chamado”. A fala foi o ponto alto da manhã de assessoria no evento, que reúne animadores de todo o Brasil.
Comparando o animador a um peregrino, Dom Angelo utilizou a mensagem do Papa Francisco para ressaltar as características desse caminho: ter uma meta clara, concentrar-se no passo presente e a disposição para recomeçar sempre. Segundo ele, na Animação Vocacional existem dois pilares essenciais: “O encontro com o Cristo (Ele) e o encontro com o outro (Diálogo)”.
O bispo alertou para a necessidade de apresentar a figura de Jesus de forma autêntica, lamentando que “temos muitos casais que casam sem reconhecer o Cristo verdadeiramente, muitos consagrados, padres, que não tiveram um encontro pessoal com Cristo”. Para ele, a superação de todas as dificuldades está no amor de Deus, e a esperança cristã “está fundada na certeza de que nada e ninguém poderá jamais nos separar do amor divino”.
Desafios Atuais: Redes Sociais, Sofrimento e Formação
Dom Angelo também respondeu a questões práticas da assembleia, abordando os desafios contemporâneos da pastoral vocacional.
Questionado sobre a evangelização na era digital, ele reforçou a importância de usar as redes sociais para criar contatos, mas advertiu: “que não substitua a igreja local, o encontro, as relações interpessoais. A Animação Vocacional deve propor encontros”.
Sobre como abordar as dores e cruzes da vocação sem afastar os jovens, o bispo foi enfático ao afirmar que nenhuma vocação é isenta de dificuldades. “Precisamos apresentar também esse lado. Que os jovens aprendam a lidar com suas dores”, declarou, mencionando que o Brasil tem o maior número de padres que deixam o ministério. “A vocação é entrega total, doação total. Somos seguidores de Jesus e não estamos isentos de sofrer, de ter medo”.
Por fim, ao tratar das crises geracionais e das fragilidades nos processos formativos, Dom Angelo defendeu um “caminho de acompanhamento diversificado”, com um olhar individualizado para cada pessoa. “Quando uma comunidade se fecha em si mesma, as dificuldades aumentam. É preciso entender e acolher de forma sinodal todas as pessoas”, concluiu.